Assim sendo, a aposta é no combate do trabalho precário quer na sua forma legal, quer na sua forma ilegal... e que forma é essa? Claro, os falsos recibos verdes... essa à qual eu procuro fugir desde que me conheço como trabalhadora.
Gostei de ouvir, doutras bocas que não a minha, e com muito mais impacto que a minha dizer aquilo que eu ando a dizer faz tempo: FALSOS RECIBOS VERDES É ILEGAL! Anda tudo a enganar meio mundo e depois, a nós arquitectos ainda nos dão uma formação sobre estatutos e deontologia que mais parece um programa cómico tamanhas são as mentiras que por lá passam...
dizerem coisas destas, formularem estes estatutos e depois fazerem exactamente o oposto é de rir (ou chorar). Ora vejam:
Regulamento de Deontologia
art. 9 - Remuneração dos Arquitectos
(...)
2. A remuneração do arquitecto é única e exclusivamente encargo do seu cliente ou empregador, devendo ser claramente definida por contrato.
(...)
Artigo 12.° Deveres do arquitecto empregador ou responsável hierárquico
1. Na relação profissional com os respectivos colaboradores, nomeadamente arquitectos, o arquitecto empregador ou responsável deve respeitar as seguintes condições:
a) Atribuir a cada um dos colaboradores tarefas correspondentes ao seu nível de qualificação e habilitá-los a participar plenamente nas tarefas a que consagram a sua actividade e em que exercem as suas responsabilidades;
b) A remuneração devida aos colaboradores terá em conta as funções e responsabilidades por eles assumidas;
(...)
Podia continuar... acho que chega. Ainda bem que outras pessoas dizem o mesmo que eu.
Espero sinceramente que as coisas mudem... e que também nestas coisas procuremos aproximar-nos dos nossos congéneres europeus... sim, é que em países como Espanha, Holanda, Reino Unido (...), até aos estagiários fazem contratos!
Só por isso estou mais feliz. A esperança sempre trouxe mais cor à vida das pessoas.
"Trabalho precário são as pessoas com contrato a termo (...) A situação de "recibos verdes" para trabalho que não é apenas prestação de serviços é ilegal, não é precariedade."
Nádia Nogueira Simões, professora do Departamento de Economia e investigadora do Dinâmia - Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica do ISCTE
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