1.11.05

mais uma frase



O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas incomparáveis e pessoas incomparáveis.

Fernando Pessoa


Sempre fui uma pessoa institiva... o que de vez em quando me tem trazido alguns dissabores... acho que com o passar do tempo penso mais nas coisas, não hajo apenas com o coração e progressivamente essa minha faceta tem vindo a perder preponderância, fazendo com que, no duelo entre coração e razão, o segundo tenha vindo a ganhar cada vez mais terreno...
Acho bonita a altura em que achamos que tudo é possivel para quem ama e que de facto o amor move todas as montanhas... à medida que o tempo passa, à medida que a vida passa por mim, tenho-me dado conta que esse tipo de amor, que transforma tudo, incluindo nós mesmos, que faz com que as nossas pernas tremam e que fiquemos de tal forma anestesiados que o achamos que o limite é apenas o céu é cada vez mais raro...
tenho saudades dos amores loucos, que nos fazem sentir estupidos e que fazem com que pareçamos a todos os outros tontinhos, porque esse é o amor que vale a pena... aquele que nos absorve e que nos faz acreditar que é para sempre...
Nem é tanto porque seja realmente... é mais porque se vive de facto esse momento de uma forma totalmente intensa! Com tudo o que somos! Com todas as nossas forças! E o amor tem de ser vivido assim... não têm piada os romances que vivem no limiar do aceitável. Apenas aqueles que são totais.
Falo assim, mas acho que sou a primeira a não conseguir entregar-me de corpo e alma ao amor. Não sou capaz de sofrer, até ao ponto em que se julga que não há maior sofrimento, não sou capaz de me expor, de tal forma que olhem para mim e julguem que sou totó... não sou capaz.
Não há como as primeiras paixões... não há como o primeiro amor... não porque seja o maior, o mais forte, o mais... não há como o primeiro amor porque é a novidade. Porque não sabemos ler os sinais e agir em conformidade... agimos só... como achamos, como queremos, sem pensar. Porque achamos que podemos tudo... e normalmente, não podemos nada.

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